terça-feira, 12 de maio de 2009


Terra do nunca

Você embala a prancha e só ouve o som das rodas correndo pelo asfalto. Depois disso, sobram só o medo e o silêncio.

A curva chega rápida enquanto você despenca. A certeza de que você vai conseguir passar por ela já ficou pra traz.

Agora não dá mais pra parar. Não dá pra mudar de idéia. Também não dá pra explicar por que alguém se mete a fazer isso.

Ninguém tá ali por esporte. É por diversão. Por exibicionismo solitário. Por um tipo de narcisismo. Pela busca de um tipo de liberdade que não existe.

Uma pedrinha no meio do caminho e já era. A visão de 170º cai pra 30% disso. Mal dá pra prestar atenção no vento passando no rosto ou no jeito que você desliza pela curva.

Não sobra muita coisa além dos quatro segundos em que você divide o pensamento entre se preparar pra cair e terminar com estilo o que começou.

Quando termina tudo bem, seu mundinho parece a Terra do Nunca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário