terça-feira, 31 de março de 2009


Diálogos de Mike Merdha



- Homem é tudo Filho da Puta

- Podemos ser amigos. Você sabe como é...amigo é amigo, Filho da Puta é Filho da Puta



sexta-feira, 20 de março de 2009


Os monólogos de Mike Merdha I


"Dentre todos os defeitos que tenho
Um é da virtude o oposto:
Esse meu maldito bom gosto"

quinta-feira, 19 de março de 2009


Clavadista de Acapulco

“Imposible no contener el aliento ante la valentía de los clavadistas de Acapulco”.

Nunca me jogaria de um penhasco com mais de 40 metros de altura pra cair num poço com 4 metros de profundidade. Mas é isso que os pescadores de Acapulco deixaram como tradição. Não estavam ali se exibindo, era só um passa-tempo maluco pra matar o tédio. Algo do tipo: “ei, vamos ver quem consegue pular do lugar mais alto?” Hoje virou espetáculo. Os velhos filmes do Elvis ajudaram a popularizar e torná-los personalidades. Hoje, os filhos daqueles caras ganham seu sustento se jogando lá de cima.
Quantos de nós somos como os Clavadista de Acapulco? Quem tem c...tem medo. Eu ou você não saltaria de um penhasco num poço com 4 metros de profundidade.
Mas cá entre nós, eu tenho o meu precipício particular. É dele que me atiro todo dia. Lá de cima me pergunto: até onde posso ir? Por que estou me jogando daqui?
Porque por uns poucos segundos, posso voar.

quarta-feira, 18 de março de 2009


Deliri-uns

Tive uma noite confusa em 2002. Talvez uma das piores da minha vida. Passei a madrugada tentando desesperadamente não magoar uma Movie Star. Mas como explicar o pé na bunda que dei em Angel? Ela é linda. Ela é perfeita. Ela tem aquele bocão e aqueles olhos de leoa. Mas eu enjoei, amigo. Cansei de ver aquilo todos os dias. Cansei da voz dela. Aqueles predicados já não me impressionavam mais. A vida é assim. Ela é jovem, bela, rica e vai se recuperar. Angel me ligou brava quando me viu com Meg:

- Você nem gosta de loiras seu monte de merda. O que ta fazendo com aquela magrela?”

- Angel, passei a madrugada tentando te explicar.

- Não tem o que explicar. Você não dá valor no que tem. Nunca deu.

- Angel, não quero falar mais disso. Já disse tudo. Não quero te magoar...

- Me magoar? Quem você pensa que é?

Ela começou com aquele choro melodramático, misturando Lara Croft e Amelia Donaghy no Colecionador de Ossos. Imaginei aquele bocão berrando.

- Por que você fez isso comigo?

- Angel, você é linda. O mundo te inveja, o Brad ta na sua cola. Vai ser feliz...

- Me responde: o que ela tem que eu não tenho?

- Angel...

- Anda, me diz. Eu agüento.

- Meg tem charme, Angel. Charme não envelhece. Eu adoro o jeito que ela me olha de manhã, quando acorda...

- Mentira. Não é isso. Diz a verdade...por favor.

- Ta bom Angel. Ela faz o melhor boquete do mundo.

Tu tu tu tu tu tu tu tu

terça-feira, 17 de março de 2009


To afim de ser chato I

To aqui pensando... Será que você já reparou que tem umas palavrinhas que de uma hora pra outra passam a fazer parte do vocabulário já bastante limitado da unanimidade? Será que algumas palavras foram capazes de encher só o meu saco? Não é possível! Eu não sou um cara tão importante assim e meus sintomas de perseguição ainda não são tão agudos a esse ponto. Vou avisar:

Se você for artista e vier conversar comigo (não espere que eu tome essa iniciativa meu chapa), por favor, não diga Mineiridade, Brincantes, Brincartes e outras baboseiras do gênero que só fazem sentido no seu mundinho limitado e inútil.

segunda-feira, 16 de março de 2009


Megalomaníaco

Lembro como se fosse agora. Uma pessoa que teve participação muito importante na minha vida, disse que eu tinha obsessão pela felicidade. Isso era pra ser uma piada? Era pra me ofender? Qual é o problema? Eu não sei nada sobre felicidade, mas sei um pouco sobre infelicidade. Também sei alguma coisa sobre tédio, sobre o tempo e o quanto ele passa depressa. Sei que entre um segundo e outro, podemos ficar terrivelmente tristes ou maravilhosamente deslumbrados, felizes, enfim. Eu acredito de verdade que o pote de ouro está mesmo no fim arco-íres e é pra lá que tô sempre indo. Sempre acho que mereço coisa melhor. Tá bom, vai me dizer que a gente tem que aprender a se contentar com o que tem. Também acho. Eu tenho o pote de ouro no fim do arco-íres.

quarta-feira, 11 de março de 2009


Complexo de Bukowski


POR QUE O HOMEM CONTEMPORÂNEO SOFRE DO DESEJO DA BAGACEIRA DE SER UM CONQUISTADORPOETA-MALDITO-CORNO FELIZ-ATIRADOR DE FACAS EM MULHERES DE ATIRADORES DE FACAS...?

NÃO SERIA MAIS SIMPLES VIVER SEM ESSA CRISE DE 40 ANOS ETERNA QUE ACOMETE ATÉ OS GAROTOS DE 13 ANOS?


"Continuo achando isso aí em cima uma consideração viável.

Mas o velho ainda é nosso manual de enfiar o pé na jaca e continuar na ativa sem culpa.

Vou admitir: EU tenho também o complexo. E sou uma senhorita."


*****Simplesmente não faço ideia de quem tenha escretio isso. Achei numa comunidade do orkut...é du caralho...diz aí!

Xeque Mate

Sabe quando o cara tenta segurar o grito na ladeira? Não adianta. Pode ser mano, pode ser brother. Tem mulher que devia se chamar problema. Seca a boca do corajoso, gela o estômago do fraco. Segurou a onda, meteu orgulho, manteve a postura, controlou a voz. Nunca tinha visto uma coisa tão linda como aquela. A voz, a prosa, a boca. Vixi. Vai ganhar ou vai passar?

- Acho que já vou sair.

- Já ta na hora do teu almoço né?!

- É... tô com fome...eu vivo com fome

- O que você gosta de comer?

- Gosto de comida árabe

- Eu sou árabe

- ...(touchè)

Hungry Heart


Gostei demais de ouvir você dizer “gastronomia é comer olhando pro céu”.
Também acho buniteza...meu banquete.

terça-feira, 10 de março de 2009


Little Pussy

Chance ou revanche?
Clinch ou punch?

segunda-feira, 9 de março de 2009




Hey, eu quero ser o seu amigo de novo

“Por que a gente sabe, que a gente sabe demais, sobre nós dois...” Amanheci com essa música na cabeça. A gente já falou sobre o assunto e tudo ficou claro e resolvido. Mas durante esse monte de dias que eu não te vi mais, pensei em dizer algumas coisas: fiquei com vontade de te encontrar e conversar. Queria sua companhia sem interrupções. Desejei te conhecer um pouco mais.

Não quis deixar a impressão de que peguei no seu pé, mas provavelmente foi isso que aconteceu. Me precipitei e me joguei no precipício. Ainda carrego todas essas vontades e isso já não faz mais diferença. As coisas seguem seu rumo, mas deixá-las por conta do destino, sem que eu possa fazer absolutamente nada, me deixa ansioso. Ainda assim, a vida segue quase sempre cega. Você com sua rotina bem resolvida e segura. Eu com meu cotidiano frenético de responsabilidades e irresponsabilidades. Somos tão incompatíveis assim?

quinta-feira, 5 de março de 2009


Terceira Pessoa do Plural

Descobriu depois de tudo.
Dos olhos quase verdes
Do cabelo quase desleixado
Daquele banquete de volúpia já criado.
Ele era a terceira pessoa. Era.

Coma

Não sei cozinhar. Não quero aprender.
Gosto de feijão com arroz e farofa apimentada.
Cabe em qualquer lugar, exceto à mesa do esnobe gourmet.
Tenho a língua afiada e mais um monte de ofensas ensaiadas.
Quero aprender a construir barcos pra colocar seu nome em todos eles.
Vou ler cartas náuticas de dia e reler as suas à noite.
Sujeito elegante e sem classe.
Bebe cachaça com leveza, arrotando ovos fritos.
Vinho te deixa tão linda e bêbada, quase em coma.
Essa taça me deixa louco, quase sem sombra.

terça-feira, 3 de março de 2009


Preciso vegetar

Preciso tomar outra dose do Vegetal. É incrível como aquilo mexe com a gente de um jeito muito diferente de qualquer outra droga que você já tenha experimentado (se é que experimentou alguma). Na verdade, é diferente de qualquer outra experiência psicológica (se é que já teve alguma). O efeito dele na sua cabeça é como um espelho que reflete você mesmo. É uma experiência inigualável e reveladora.

Tem um gosto de terra. A onda parece aqueles bons conselhos que a gente precisa ouvir, mas ninguém fala. Melhor ainda. Parece conselhos dados por sua melhor parte, para a sua pior parte.

Preciso vegetar.

O Vegetal é um dos nomes dado ao famoso Santo Daime, chá de origem indígena amazônica e que, segundo consta, foi criado pelos Incas peruanos. Ayoasca: este é o nome original do chá feito a base da folha Chacrona e do cipó Mariri. Eu nunca esqueci esses dois nomes. Passei um ano da minha vida tomando o chá nos finais de semana com um bando de desajustados, rejeitados socialmente, ex-gays, ex-drogados, gente que precisava desesperadamente se encontrar de alguma forma. É aquela coisa: vamos tomar um chá pra gente se achar.

Mesmo assim, eu ando precisando vegetar.

Diz a lenda que quando você vomita depois de tomar, é porque você está com a alma suja, precisando ser limpar, “organizar a casa”. Eu nunca vomitei. Só tive onda boa. Estava com minha alma em dia, a casa em ordem, pelo que tudo indica. Deixei de freqüentar o lugar porque sou avesso a religiões, hierarquias e tudo que compõem estas sociedades. Ali eu tinha que chamar de mestre, pessoas que eu não considerava porra nenhuma. Gente tão perdida e imperfeita quanto eu ou você. Deixei claro desde o começo que eu estava ali apenas pela onda do chá.

“Aqui a gente não toma o chá. A gtente bebe. Aqui ninguém toma nada de ninguém”. É mole? “O chá não é droga, é uma ligação mística com Deus”. “O chá não dá onda, dá borracheira”. Pode ser. Mas pra mim não passa de um artifício para deixar a cabeça do cara em paz e a vida tranqüila. Quero ver os caras sentirem o que sentem sem uma gotinha do chá ou como gostam de dizer, sem o conhecimento do Vegetal. Quero ver fazer como os budistas que meditam e meditam, sem adereços e acessórios.

Mesmo assim, preciso vegetar. Ando um pouco desajustado.