segunda-feira, 20 de abril de 2009


No future

Nos seus olhos refletidos no grande espelho iluminado do banheiro, ele via um resto de euforia passageira, misturada com o que sobrou de prazer.


Só agora ele percebera o esforço que fez, vendo o rosto suado, a boca seca e o coração na garganta. Ele não precisava se olhar no espelho, mas uma razão o fez levantar os olhos que fitavam o fundo da pia de mármore.

Queria saber com que cara ficava imediatamente após ter gozado. Foi uma punhetinha breve, sem muita inspiração. Ele não sabia se era típico dos homens. Mas sabia que aquela atitude era típica dele.


Outra vez encarou o fundo da pia e, vendo aquilo tudo escorrendo lentamente pelo ralo, pensou profundamente sobre o que havia feito.


Concluiu com a sabedoria dos solitários: essa porra não tem futuro.

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